Infraestrutura

Reunião expõe falta de estrutura nos serviços urbanos

Três mil pontos estão sem iluminação pública e caminhões estão estragados, informou o secretário na Câmara de Vereadores de Pelotas

Carlos Queiroz -

Pelotas hoje tem mais de três mil pontos sem iluminação pública. O dado foi apresentado pelo secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI), Antônio Ozório Garcia Campos na manhã desta quinta-feira na Câmara de Vereadores de Pelotas. Outro problema diz respeito às ruas não pavimentadas e drenagem. Na área de responsabilidade da SSUI, são 400 quilômetros para três máquinas - três estão estragadas - e apenas três operadores. Se as condições climáticas também não favoreceram o tipo de serviço, a reunião com os vereadores também expôs a falta de estrutura da pasta, responsável por uma gama de serviços em todos os bairros da cidade. 

Pelo dados apresentados por Antônio, a palavra Infraestrutura não deveria estar na nomenclatura da secretaria. Das seis patrolas, apenas duas estavam em funcionamento durante a última semana. Ao todo, a SSUI possui apenas três operadores de máquina. Os dois caminhões do Departamento de Iluminação Pública (DIP) estão no Departamento de Veículos e Oficina (DVO) aguardando conserto. Como paliativo, a pasta utiliza do caminhão de podas da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) para trocar lâmpadas na cidade, o que tem prejudicado o serviço, que conta com cinco eletricistas para 28 mil pontos de iluminação. 

Numa fala inicial, o secretário apresentou as responsabilidades da SSUI, que vão desde a limpeza de valetas, limpeza de praças, ecopontos, patrolamento de vias não pavimentadas, recolhimento de lixo em locais inapropriados, zeladoria do Cemitério da Boa Vista, hospedaria de grandes animais, iluminação pública e a limpeza urbana, entre outras funções. 

Para isso, são 110 funcionários, além dos 220 de uma terceirizada para a limpeza urbana - a Sersul. “A equipe de colocação de tubos e de operadores de máquina é menor que qualquer gabinete aqui da Câmara”, disse, num comparativo de números. Outro problema, relatou, são as constantes chuvas. A falta de estrutura foi atrelada à crise financeira do município. 

Cobrança pelos bairros

Alguns vereadores elogiaram o trabalho executado pela pasta, caso de Daiane Dias (PSB) e Vicente Amaral (PSDB), que elogiaram o trabalho feito pela pasta, apesar da dificuldade estrutural. Waldomiro Lima (PRB) fez cobranças. “Não temos uma licitação para a limpeza de valeta há anos. Quando limpam, deixam entulhos na beirada que são levados pela chuva. Limpam a valeta e deixam a rua suja”, criticou ele, que sugeriu a criação de uma secretaria específica para tratar da drenagem. Ao vereador Ivan Duarte (PT), que questionou o tempo médio para a troca de lâmpadas queimadas, Antônio informou que gira em torno de dois a três meses. 

Quem não gostou da comparação do número de funcionários por gabinete e em setores da secretaria foi Ademar Ornel (DEM). “Não se pode comparar gabinete com uma secretaria. Se tu tem três patroleiros, é uma decisão do teu governo. Se precisa mais, é uma questão de gestão”, respondeu. Ornel citou a Bom Jesus, Dunas, Pestano, Getúlio Vargas, Navegantes como como abandonados pelo serviço da pasta e disse estar profundamente insatisfeito com o serviço. 

 

Para o proponente da reunião, Marcos Ferreira - Marcola (PT), Ozório informou que a pasta está sem abastecimento de saibro pedroso por questões financeiras, o que pretende resolver até o final deste ano. O saibro atualmente utilizado não teria a mesma qualidade por ser mais fino. Sobre o patrolamento, Antônio informou que a prioridade continua sendo as vias do transporte coletivo, depois as escolas e postos de saúde, e por final as outras vias. 

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